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Envelhecimento populacional: um desafio do século XXI

Na contemporaneidade o envelhecimento populacional se apresenta como uma nova realidade social, a partir de um avanço numérico sem precedentes altera de forma inédita a composição da pirâmide etária, representando a faixa com maior crescimento populacional nas últimas décadas. Segundo as Nações Unidas (2017), o mundo está vivenciando um processo de transição demográfica único e irreversível, assim, à medida que as taxas de fertilidade se reduzem, a proporção da população idosa acima dos 60 anos deverá duplicar entre 2007 e 2050, alcançando o número de 2 bilhões de idosos, para os mais idosos, acima dos 80 anos, a população deve duplicar, alcançando a inédita marca de quase 400 milhões.

Desta forma, o processo de envelhecimento e velhice se mostram como um dos grandes desafios do século XXI, sendo um fenômeno mundial, se concretizando de maneira gradativa nos países desenvolvidos e de forma acelerada nos países em desenvolvimento, principalmente nos últimos anos. Ressalta-se que por ter ocorrido de maneira mais lenta nos países centrais, a questão do envelhecimento já está inserida no debate econômico e político há décadas, na França por exemplo, foram necessários 116 anos para dobrar sua população acima dos 65 anos, saindo dos 7% para 14% no total, já no Brasil, segundo estimativas serão necessários apenas 21 anos para se ter o mesmo movimento.

Ao se tornar um marco na história da humanidade, o aumento populacional idoso pode ser associado há diversos fatores, como a queda da natalidade e mortalidade infantis, os avanços científicos e tecnológicos, condições apropriadas de alimentação, nutrição e acesso a bens e serviços, proporcionando a melhora das condições gerais de vida das populações.

No entanto, é necessário que se entenda o envelhecimento enquanto um fenômeno heterogêneo, multifacetado e complexo, tensionado constantemente por determinantes sociais que lhe imprimem características específicas de cada sociedade em determinado momento histórico, além de fatores extremamente relevantes como classe social, etnia, gênero, cultura, ideologia e atividades laborais, os quais permeiam o processo de envelhecimento e velhice.

Assim, não é toda população que tem acesso a um processo de envelhecimento e uma velhice digna, pelo contrário, dentro de um sistema marcado pela exclusão um grande contingente populacional ainda é impedido de envelhecer, e se envelhece, sente na pele uma velhice doente, pobre e vulnerável sem ter suas necessidades básicas atendidas, vivenciando a problemática social do envelhecimento, marcada pela impossibilidade de reprodução social e de uma vida com sentido. (TEIXEIRA, 2008, p. 23).

A despeito do processo de envelhecimento e velhice contar com especificidades relevantes, o que de fato deu visibilidade à questão do idoso foi o seu expressivo aumento numérico, que impôs um adensamento nos debates, sejam eles no âmbito acadêmico, da sociedade civil e do poder público em busca por soluções viáveis que contribuam para um melhor enfrentamento desta expressão da questão social, assim, o envelhecimento deixou de ser um assunto restrito a esfera familiar e passou a ser também, uma questão de política pública.

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